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BIENAL DE FOTOGRAFIA DO PORTO (2021)

 RESIDÊNCIA ARTÍSTICA
 TROPISMO FOTOGRÁFICO

Tropismo Fotográfico é uma residência artística, realizada no âmbito da Bienal de Fotografia do Porto, que se centra nas possibilidades de renovação do espaço que a acolhe - a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, revisitando a sua história e propondo um olhar crítico, particularmente distanciado, sobre as reconfigurações deste espaço de ensino e criação.

Como resultado desta residência, apresenta-se uma publicação que reúne obras de Mariana Fogaça, Rita Almeida Leite e o coletivo Lab.25, com textos de Inês Moreira e Susana Lourenço Marques.

 

 PROJETO (RE)VELAR (2020-2021)

 

 

(Re)velar integra a publicação Tropismo Fotográfico, resultado da residência artística, realizada no âmbito da Bienal de Fotografia do Porto. 

Neste projeto, a artista Mariana Fogaça acolhe o acaso e o espontâneo ao fotografar, majoritariamente, com películas 120mm expiradas e revelá-las com Caffenol. Os erros e falhas durante a revelação de alguns negativos, são apreciados, incorporados e até priorizados, por se entender que a imagem parcialmente (re)velada reflete a indefinição e o limbo em que o lugar fotografado se encontra.

Ao longo dos anos de abandono social, esta propriedade pode vivenciar o existir sem podas, o convite ao tropismo rizomático, o agenciamento, o devir terreno-já-não-mais-jardim-palacete-vivo. Hoje, arrancaram-lhe os hífens, solo revirado, raízes partidas, entulhos acumulados e paredes superficialmente rebocadas, mesclam-se com os vestígios desta (agora) utopia singular-plural.

Em (Re)velar, almeja-se refletir sobre a resistência, resiliência e, principalmente, a constante (re)existência destes corpos, tal como, a audaciosa araucária, semente estrangeira que ousou germinar em estações invertidas para enfim, orgulhosamente, ostentar seus inusitados galhos retorcidos.

Texto por Susana Lourenço Marques:

Na sequência da investigação visual que Mariana Fogaça realiza sobre a interdependência entre sistemas naturais e humanos, este projecto assume um olhar privado sobre as estórias do jardim da família Narciso e Azevedo, na transição entre o seu estado selvagem e por isso romantizado, interrompido no final de 2019, e as vivências e construções temporárias que se sucederam. Em (Re)velar, inscreve-se esse momento de excepção, de encontro com o lugar simultaneamente ocupado e desocupado, da cedência do orgânico ao estranho mas também, do que é estranho e resistente ao próprio espaço. 

 

A assombrosa araucária, originária do Brasil, que se alonga pelo lado oriental do jardim, torna-se o elemento de maior persistência, quer pela metáfora da migração que a envolve, quer pela adaptação da sua biologia às estações invertidas que lhe moldam as formas e os movimentos. A indefinição das imagens, reveladas com processos fotográficos orgânicos, conduzem essa metáfora para a sua superfície instável, como uma velatura dessas mutações.

Como resultado da residência artística apresenta-se a publicação Tropismo Fotográfico, composta por três livros: (Re)velar de Mariana Fogaça, O Vazio do Branco de Rita Almeida Leite e Apparatus do coletivo Lab.25. Além de um booklet com textos de Inês Moreira e Susana Lourenço Marques e prints fine art de cada artista/coletivo na caixa da edição especial.  

Clique aqui para visualizar o pdf da publicação (Re)velar de Mariana Fogaça.

 

Coordenação por Susana Lourenço Marques e Luis Pinto Nunes. 

 

Edição por Susana Lourenço Marques. 

 

Paginação por Marcia Novais. 

 PROCESSO CRIATIVO 

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